"FELIZ ANIVERSÁRIO PRESIDENTE" - Manuel Victória Pereira
Voz: João Carlos Carranca
Tabuleiro de
xadrez explosivo jogado por várias mãos
Pouco percebo de política internacional, mas…
Vamos colocar os dados na balança:
- O Irão,
antiga Pérsia, com um território composto por uma área de 1 648 195 km2, é a
segunda maior nação do Oriente Médio e a 18.ª maior do mundo. Com mais de 77
milhões de habitantes, o Irão é o 17.º país mais populoso do mundo. É um dos
países mais antigos do mundo que começa com a formação do reino de Elam em 2800
a.C., ou seja, tem 4800 anos. Nunca foi colónia, e já experimentaram um regime
dito moderno, manipulado pelos Estados Unidos e parece que não gostaram. Em
1979 fizeram uma revolução e iniciaram um novo caminho, bom ou mau, é o caminho
deles, que foi referendado.
Capital: Teerão
Emissões de CO₂
per capita: 7,67 toneladas métricas (2022) Banco Mundial
Taxa de
fertilidade: 1,68 nascimentos por mulher (2022) Banco Mundial
Taxa de
crescimento do PIB: 5,0% mudança anual (2023) Banco Mundial
Produto Interno
Bruto: 404,6 bilhões USD (2023) Banco Mundial
PIB per capita:
4 465,64 USD (2023) Banco Mundial
Renda Nacional
Bruta: 1,598 trilhões PPP dollars (2023) Banco Mundial
1º país a
reconhecer o Estado de Israel.
- Os Estados
Unidos da América um país muito maior com uma área de 9 867 000 km² e uma população
de mais de 330 milhões de habitantes, o país é o quarto maior em área total, o
quinto maior em área contígua e o terceiro em população, porém, foi colónia inglesa
desde o sec. XVI e organizou-se como país independente em 1776, ou seja, tem apenas
249 anos de existência, conhecido como o país das oportunidades e pretende
mandar no mundo.
PIB per capita:
82 769,41 USD (2023) Banco Mundial
Capital:
Washington, D.C.
Emissões de CO₂
per capita: 14,56 toneladas métricas (2022) Banco Mundial
Taxa de
fertilidade: 1,66 nascimentos por mulher (2022) Banco Mundial
Taxa de
crescimento do PIB: 2,9% mudança anual (2023) Banco Mundial
Produto Interno
Bruto: 27,72 trilhões USD (2023) Banco Mundial
PIB per capita:
82 769,41 USD (2023) Banco Mundial
Renda Nacional
Bruta: 27,58 trilhões PPP dollars (2023) Banco Mundial
- Israel
– a criação do Estado de Israel aconteceu no dia 14 de maio de 1948, por
intermédio da Organização das Nações Unidas, como parte da divisão da Palestina
entre árabes e judeus, situação nunca aceite pelos primeiros. Os judeus são um
povo espalhado pelo mundo, em permanente conflito desde a Antiguidade, e agora
com 67 anos de existência entende que pode massacrar os palestinianos e até interferir
com o Irão.
Capital:
Jerusalém
Emissões de CO₂
per capita: 6,46 toneladas métricas (2022) Banco Mundial
Taxa de
fertilidade: 2,89 nascimentos por mulher (2022) Banco Mundial
Taxa de
crescimento do PIB: 2,4% mudança anual (2023) Banco Mundial
Produto Interno
Bruto: 513,6 bilhões USD (2023) Banco Mundial
PIB per capita:
52 642,43 USD (2023) Banco Mundial
Renda Nacional
Bruta: 518,1 bilhões PPP dollars (2023) Banco Mundial
Neste conflito muitos tentam justificar o ataque ao Irão como tentativa
de eliminar a possibilidade do Irão ter a Bomba Atómica, seguindo um critério
duvidoso: uns podem ter e outros não. E assim se organiza o mundo! Parece que
há o mundo dos bons e o mundo dos maus. Já foi assim durante o período da
guerra fria, uns temendo-se aos outros, para no fim termos um Putin, amado por
uns e odiado por outros, e um Trump que se acha dono do mundo, odiado por
muitos mais, pondo em perigo a segurança mundial, apesar de ocasionalmente ter
uns flashs de bom senso, que baralham o mundo.
O perigo de um Irão com Bomba Atómica, pode ser o perigo de um Iraque
cheio de armas de destruição em massa, em 2003, que afinal já não existiam,
tendo o próprio presidente Bush admitido o erro dos Estados Unidos na avaliação
da situação. Consequências: após a queda de Saddam Hussein, o Iraque enfrentou
um período de grande instabilidade, incluindo uma insurgência sectária, guerra
civil e ascensão do Estado Islâmico.
Também pode ser o perigo de Muammar Kadafi, líder da Líbia, que renunciou
ao programa de armas nucleares e químicas da Líbia em 2003, como parte de um
acordo para melhorar as relações com o Ocidente. Barack Obama, presidente dos
Estados Unidos afirmou que a morte de Muammar al-Gaddafi "marca o fim de
um longo e doloroso capítulo para o povo líbio". Consequências: A morte do
antigo líder líbio poderá ser considerada um crime de guerra, segundo o
Tribunal Penal Internacional, houve esperanças de que a Líbia pudesse iniciar
uma transição para a democracia, no entanto, a realidade foi bem diferente. O
país rapidamente se dividiu em facções rivais, com diferentes grupos armados
lutando pelo controle de áreas estratégicas e de recursos.
Alguns cidadãos ainda recordarão a guerra do Iraque transmitida em
directo pela TV, e a vergonha da famigerada Cimeira das Açores, entre os
líderes de Portugal (José Manuel Durão Barroso), Estados Unidos (George W.
Bush), Reino Unido (Tony Blair) e Espanha (José Maria Aznar, e a reviravolta
que levou a Líbia. Muitos estarão como eu, desconfiados das boas intenções dos Estados
Unidos da América.
Isto é um tabuleiro de xadrez explosivo, onde não há bons nem maus, com
os americanos a ter sempre "dois pesos e duas medidas" (os judeus são
os donos da massa nos States) e a lutar pelos pontos geo-estratégicos onde
possam tirar grandes vantagens simulando, que são os guardiões do mundo, quando
foram o único país a utilizar bombas atómicas em combate, lançando-as sobre as
cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial.
Num dia Trump defende possível "mudança de regime" no Irão e
vai entrar na guerra desencadeada por Israel, no outro dia quer que a guerra
acabe no dia do seu palavrão proferido, porque nem Israel nem o Irão
respeitaram o cessar-fogo, e parece zangado pela falta de palavra, como se ele
tivesse alguma. Daqui até ao dia da publicação do jornal, certamente mudará
tudo novamente.
A mudança regime do Irão deve ser feita a partir do interior do Irão,
assim eles queiram! Regime fechado que respeitando ou não os direitos humanos,
não precisam que a América decida por eles. Os iranianos não são mentecaptos, quando
quiserem mudar de regime, eles mudarão.
Imaginem o Irão afirmar que os Estados Unidos devem mudar de regime!!!
Ou um dia, algum deles afirmar que em Portugal temos que mudar de política!!!…
Na verdade, não daria a camisola por nenhum deles!
Publicado em NVR 2|07|2025
Umas vezes digo
que fui aluna do Siza durante 3 anos, outras vezes digo “carinhosamente” que
levei com o Siza durante 3 anos. Tivemos uma relação de agitação da minha parte
e indiferença da parte dele. Andei a fazer levantamentos de caixilharias no
Passeio das Virtudes à chuva, para a cadeira de Construção II, com trama de
milímetro a milímetro suada, com régua T e esquadro. Pendurei as peças
desenhadas na parede da sala de aula , no dia da avaliação, produto de muiiitas
horas de trabalho, poucas horas de sono e onde a minha vista começou a cansar.
O Siza entrou na sala a fumar e deitou um olhar de relance pelos trabalhos dos
alunos. Comecei a ferver em pouca água perante a indiferença dele. Tive assim
alguns conflitos silenciosos, que depois se resolviam à hora do almoço na
cantina, partilhando o café. Foi o prof mais teimoso que conheci, por vezes no
meu desespero de não arranjar argumentos capazes, eu pensava, “Ele faz-se de
burro! Este prof é impossível! Desesperante!”
Nunca esqueço a
sua voz monocórdica, nas sessões realizadas no anfiteatro, a explicar o
procêsso e o projêcto com o seu sotaque tripeiro.
A sua Bomba
Amarela (Casa Beires) foi a maior lição de arquitectura que ele partilhou com
todos os seus alunos. Tive a sorte de assistir a uma apresentação de uma obra
dele, que agora não lembro, e entender exactamente a sua forma de ler e
interpretar a malha urbana de uma cidade e abriu-se uma janelinha na minha
cabeça que provocou uma verdadeira revolução interior, alterando todos os
conceitos que habitavam o meu pensamento. De repente terminei o curso de
arquitectura com a melhor nota, um dezasseis e adquiri uma visão diferente
sobre os aglomerados urbanos, que me acompanha até hoje.
Visitei a Bomba
Amarela diversas vezes, e tanto a piscina de Leça como a Casa de Chá fizeram
parte dos meus momentos de lazer ao longo de alguns anos.
Obrigada Siza.
São 92 anos. Que contes muitos mais!
O LIVRO DE PONTO
Aprecio investigar
sobre tipo de livros e chegou a vez dos famosos Livros de Ponto, que muitos de
nós já utilizámos, apreciando ou não, e que na maioria dos locais de trabalho
já foi substituído. As gerações mais jovens talvez nem conheçam.
O livro de ponto é um
documento, geralmente físico, como um caderno, onde os funcionários registam os
seus horários de entrada, saída e intervalos do trabalho. Ele serve como um
controlo de jornada de trabalho e é utilizado para fins de cálculo do salário,
horas extras e para cumprimento das obrigações legais de uma empresa,
associação ou grupo.
O registo é manual sobre
papel, e por vezes possibilita também a descrição da tarefa executada com
preenchimento de um denominado sumário.
Ao nível formal, utilizam-se
tabelas, ou grelhas com colunas, imprimidas antecipadamente, e devidamente
identificadas para facilitar o preenchimento, por parte do trabalhador, em que
a maioria das vezes só tem de colocar a sua assinatura no espaço certo.
No exterior, a capa e a
contra-capa, são rígidas, de cor escura - preto, cinzento ou azul escuro - para
não se notar marcas resultantes do manuseamento, onde se colava uma etiqueta
branca com esquadria vermelha, centrada na parte superior da capa, constando em
letra bem desenhada à mão, a identificação do livro. A lombada e as arestas do
livro (cantos) são frequentemente reforçadas com papel vermelho ou cinzento.
A necessidade de
registar surge com a revolução industrial. Na economia pré-industrial, o
artesão detinha o controle sobre o ciclo completo de produção, desde a
matéria-prima até o produto final e o lucro. A Revolução Industrial marcou uma
profunda mudança nas relações de produção, com os operários perdendo o controle
sobre o processo produtivo, com a divisão do trabalho e a produção em série,
tornando-se meros executores de tarefas repetitivas, sob a direcção do capital.
O trabalho concentrou-se
nas fábricas, onde máquinas pertencentes aos donos das empresas substituíram o
trabalho manual, os operários, antes artesãos, passaram a executar tarefas
específicas, controladas por máquinas e subordinadas aos interesses dos
proprietários.
No início o controle de
presença era feito por um operário que anotava os horários de entrada e saída
dos demais trabalhadores, mais tarde havendo confiança de ambas as partes, era
o próprio trabalhador que geria o seu registo.
O livro de ponto é
importante para a empresa e para os funcionários, evitando conflitos laborais:
Para a empresa, ajuda a
garantir a organização e o cumprimento das leis sobre o trabalho, além de
auxiliar no cálculo correto da folha de pagamento.
Para o funcionário,
garante que as suas horas trabalhadas sejam registadas correctamente,
permitindo o recebimento justo pelo seu trabalho, incluindo horas extras.
Em 1888, Willard Bundy
construiu o primeiro relógio de ponto em Nova York, nos Estados Unidos, deixando
de haver o registo em papel e passando a ser mecânico, com um dispositivo que utilizava
cartões perfurados para registar a entrada e saída dos trabalhadores, substituindo
o registo manual feito por outro funcionário
O controle de ponto electrónico
é um modelo ainda mais moderno, que possibilita ao funcionário o registo da sua
presença através do relógio de ponto biométrico - tecnologia que regista a
localização do funcionário no momento em que ele marca o ponto (lá se vai a
privacidade!). Combina o registo laboral com a tecnologia GPS no ponto da sua
marcação.
A evolução do relógio
de ponto adaptou-se à era digital. Agora o registo de horas pode ser feito pelo
computador ou pelo telemóvel do funcionário, sendo ainda mais benéfico na
situação do teletrabalho.
Voltando ao livro de
ponto físico, um livro totalmente preenchido ou esgotado era substituído por
outro e outro e assim sucessivamente, o que exigia grandes arquivos para
guardar os livros esgotados, os denominados arquivos mortos, verdadeiros
cemitérios de uma organização ultrapassada.
Publicado em NVR 25|06|2025
"NUAMENTE TEMPO" - Maria Teresa Horta
Voz: Graça Vilela
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